Deepfake: o novo risco digital que ameaça a gestão pública
á imaginou receber um áudio do prefeito pedindo uma transferência urgente e depois descobrir que aquela voz não era dele?
Ou ver um vídeo de um secretário anunciando uma decisão que nunca aconteceu?
Situações assim, que parecem saídas de um filme, já fazem parte da realidade de muitos órgãos públicos.
Com o avanço da inteligência artificial, as falsificações digitais e conhecidas como deepfakes estão se tornando uma das maiores ameaças à segurança das prefeituras e servidores.
Essas manipulações não colocam em risco apenas os sistemas de informação, mas também algo essencial para qualquer gestão pública: a confiança.
O que é uma deepfake e como ela funciona
As deepfakes são conteúdos (áudios, vídeos ou imagens) gerados por inteligência artificial capazes de imitar rostos, expressões e vozes humanas com alto nível de precisão.
A tecnologia, criada inicialmente para entretenimento, rapidamente se transformou em uma ferramenta perigosa.
Hoje, criminosos utilizam IA para reproduzir a voz de gestores, servidores e fornecedores, com o objetivo de enganar, fraudar processos e obter informações sigilosas.
Em uma prefeitura, onde circulam dados sensíveis e decisões administrativas importantes, uma falsificação pode causar graves prejuízos financeiros e danos à credibilidade institucional.
O crescimento dos golpes digitais no setor público
Nos últimos anos, o número de tentativas de fraude com uso de IA aumentou significativamente.
Hackers têm se aproveitado da rotina acelerada das administrações municipais para criar mensagens, chamadas e vídeos falsos que simulam comunicações oficiais.
Em poucos minutos, um criminoso pode gerar um áudio idêntico à voz do prefeito, pedindo autorização para um pagamento, ou um vídeo com aparência de coletiva de imprensa, divulgando informações falsas.
Essas manipulações não só confundem servidores como também espalham desinformação entre os cidadãos, comprometendo a imagem da gestão.
Por que é tão difícil identificar uma deepfake
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O grande problema é que essas falsificações parecem reais demais.
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O olhar humano não consegue, na maioria das vezes, distinguir o verdadeiro do falso — e é justamente aí que mora o perigo.
Além disso, os programas usados para criar deepfakes são acessíveis e fáceis de usar.
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Com um celular e um aplicativo gratuito, qualquer pessoa consegue imitar uma voz ou um rosto em poucos cliques.
Quando aplicadas ao ambiente público, essas falsificações podem gerar instabilidade política, pânico entre servidores e até perda de recursos públicos.
Como reconhecer uma possível falsificação
Embora cada vez mais sofisticadas, as deepfakes ainda deixam alguns sinais:
🔹 Olhares e movimentos artificiais: olhos que não piscam ou boca que se move fora de sincronia;
🔹 Tom de voz mecânico: pausas estranhas ou falta de emoção natural;
🔹 Pedidos atípicos: solicitações urgentes, fora de horário ou sem registro em sistema oficial;
🔹 Informações desencontradas: conteúdo que foge do padrão de comunicação institucional.
Desconfiar sempre que algo parecer “estranho” é o primeiro passo para evitar um golpe.
Como proteger a prefeitura e os servidores
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A defesa contra esse tipo de golpe exige educação digital, protocolos de segurança e cultura preventiva.
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1- Capacite as equipes:
Promova formações contínuas sobre segurança da informação, com exemplos práticos de deepfakes e outros golpes digitais
2-Implemente verificações duplas:
Nenhuma solicitação sensível deve ser atendida sem confirmação por outro canal oficial.
3-Use autenticação em múltiplos fatores:
Isso dificulta acessos indevidos a sistemas financeiros, administrativos e de dados.
4-Fortaleça a comunicação interna:
Prefeituras que mantêm fluxos claros e canais institucionais ativos reduzem o risco de engano.
5-Adote uma cultura de atenção constante:
Ensinar que “desconfiar também é proteger” cria servidores mais vigilantes e preparados.
A segurança digital começa com a proteção dos dados
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A era digital trouxe novas formas de inovar, mas também abriu caminho para ameaças cada vez mais sofisticadas.
As deepfakes são apenas um exemplo de como a falta de segurança e atenção pode comprometer a confiança pública e expor informações sensíveis.
Por isso, a proteção de dados precisa ser parte central da gestão pública.
Garantir a conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é mais do que uma exigência legal — é uma forma de proteger os servidores, os cidadãos e a própria credibilidade da administração.
O Grupo Assessor apoia os municípios nesse processo com soluções completas de adequação à LGPD, que fortalecem a governança da informação, controlam acessos e reduzem riscos de vazamentos e manipulações digitais.
Assim, a tecnologia deixa de ser uma ameaça e se torna uma aliada na construção de uma gestão pública mais segura, eficiente e transparente.
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